Confira a história da Ginástica Rítmica Desportiva – GRD, informações sobre seus aparelhos e muito mais a seguir.
Quem já assistiu aos Jogos Olímpicos deve ter presenciado as competições de ginástica rítmica desportiva, um esporte que é uma verdadeira arte.
A beleza dos movimentos e a graça com que são feitos pelas ginastas dão a impressão que não estamos vendo uma competição e sim uma apresentação de dando ou balé.
Na verdade a ginástica rítmica também conhecida como GRD é uma ramificação da ginástica, a qual teve influência de várias pessoas em torno de sua história.
A primeira que se tem notícia é o pedagogo Jean-Jacques Rousseau, o qual realizou estudos sobre o papel da ginástica na educação física em meados do século XVIII.
Ele descreveu seu desenvolvimento técnico e prático na educação infantil, baseado nisso mais tarde Guts Muths associou a ginástica como uma prática que faz bem à saúde, mas ela começou a ser vista da forma que é hoje somente no século XIX, sendo François Delsarte, o primeiro a lançar suas ideias a respeito da expressão de sentimentos pelos movimentos corporais.
Isso foi incorporado por Émile Jaques-Dalcroze, músico suíço, anos depois, o qual iniciou a prática de exercícios rítmicos como meio de desenvolvimento da sensibilidade musical através dos movimentos do corpo, dando continuidade ao trabalho de François. Ele ainda realizou estudos importantes que falavam da relação harmônica dos movimentos com o equilíbrio e os sentimentos, influenciando na formação das escolas de dança e no desempenho na educação física.
A incorporação dos aparelhos se deu através de seu aluno Rudolf Bode, que melhorou os movimentos, deixando-os mais naturais, somando ao uso dos conhecidos aparelhos da ginástica rítmica. Rudolf é conhecido como o criador da modalidade, pois através de seus estudos a ginástica rítmica se tornou o que é hoje.
No entanto foi através de Isadora Duncan, famosa bailarina americana, que a ginástica rítmica foi para as competições. Pois ela adaptou o sistema à dança, retirando a prática da modalidade artística, levando-a a União Soviética, onde iniciou o ensino da nova atividade como prática independente. E assim em 1942 foi realizado o primeiro evento competitivo:
O Campeonato Nacional Soviético.
Nesse meio tempo o alemão Heinrich Medau estudou os exercícios e introduziu alguns aparelhos como a bolsa, as maças e o arco, sendo o primeiro passo para a utilização dos aparelhos nos exercícios femininos. A ginástica rítmica foi apresentada à Federação Internacional de Ginástica – FIG somente em 1961, sendo organizado o primeiro campeonato mundial da modalidade em 1963.
Mas foi em 1975 que os movimentos rítmicos com aparelhos foram denominados Ginástica Rítmica Desportiva, tornando o esporte famoso, tanto que em 1984 foi incluído nos Jogos Olímpicos, primeiramente como modalidade individual e mais tarde incluindo também em categoria coletiva.
Na prática da ginástica rítmica há cinco aparelhos utilizados, entre eles a bola, a qual é usada para movimentos de ondas, movimentos em oito rolamentos com a bola no chão e ao longo do corpo.
Ela geralmente é feita de borracha ou material sintético, apresentando no mínimo 400 gramas e medindo de 18 a 20 cm de diâmetro.
Outro aparelho é o arco, o qual é usado para movimentos de balanços, rolamentos, rolos, lançamentos e recuperações, giros e manejos do arco ao redor do pulso e outras partes do corpo. Ele é feito de madeira ou plástica, tendo no mínimo 300 gramas e de 80 a 90 cm de diâmetro.
A fita é o aparelho mais famoso, que remete à graciosidade do esporte, a qual é usada para movimentos em espirrais, movimentos de oito, círculos, recuperação e lançamento, sendo que a fita deve estar em constante movimento. Ela geralmente é feito com uma vareta de material sintético ou madeira com 1 cm de diâmetro, e 50 a 50 cm de comprimento, afixada a ela há uma fita de cetim com 5 cm de largura e 6 m de comprimento.
As maças são feitas para movimentos de balanços, lançamentos e recuperações, círculos e batidas rítmicas. Elas são feitas de madeira ou material sintético, geralmente medem de 40 a 50 cm de comprimento, pesando no mínimo 150 g.
E por fim a corda, que é usada para balanços, rotações, movimentos de oito, lançamentos e recuperações.
Ela é feita de linho ou material sintético e seu tamanho deve ser proporcional ao da ginasta.
Nas competições as ginastas realizam os movimentos em um tablado de área de 14 m X 14 m, sendo feito com um material capaz de amortecer quedas e ao mesmo tempo impulsionar os saltos das atletas.
Para realizar essa prática é necessário que a ginasta tenha graça, leveza, beleza e técnicas precisas em seus movimentos, somente dessa forma ela demonstrará a harmonia e entrosamento com a música e suas companheiras.
Essa prática é muito boa para o desenvolvimento do corpo tanto fisicamente, quanto artístico e expressivamente.
Apesar de ser um esporte feminino há a ginástica rítmica masculina, a qual foi desenvolvida no Japão durante os anos 1970. Essa prática é resultado de uma combinação entre a ginástica tradicional e a arte marcial wushu.
E durante a prática são usados quatro aparelhos, sendo dois arcos menores que o feminino, dois bastões longos, duas maças e a corda.
No entanto ela apenas foi aderida em alguns países como a Malásia, Coréia do Sul, Austrália, Rússia, Estados Unidos, Canadá e México, não sendo reconhecida na FIG. Dessa forma esses países realizam campeonatos nacionais e internacionais entre si.
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