O livro, que pode parecer um romance de primeira vista, é na verdade uma obra de fatos reais, especialidade do autor (Fernando Morais), que narra a história dos desertores do exército de Cuba que fugiram para os Estados Unidos e se tornaram militantes anti-castristas. O fato narrado acontece em todo o mundo e é muito defendido e também criticado. O soldado ter a liberdade de lutar ou não pelo seu país é um tema muito polêmico. Pela visão geral, independente do motivo da guerra, mesmo não concordando, o soldado designado para defender seu país deve ir para o combate, lutar, matar e se preciso morrer, pela causa de sua nação. Causa que muitas vezes não expressa a vontade da nação mas de alguns de seus dirigentes.
A sinopse do livro Os últimos soldados da guerra fria conta que no início da década de 90, Cuba então criou a Rede Vespa (grupo de doze homens e duas mulheres que se infiltrou nos Estados Unidos e cujo objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anti-castristas sediados na Flórida). O motivo de toda essa operação era colher informações com o objetivo de evitar ataques de terroristas ao território cubano.
Como era de se esperar, algumas dessas organizações ditas “humanitárias” se dedicavam a atividades como jogar pragas nas lavouras cubanas, interferir nas transmissões a torre de controle do aeroporto de Havana e sequestrar aviões que transportavam turistas, executar atentados a bomba em seus melhores hotéis e até disparar rajadas de metralhadoras contra navios e passageiros em suas águas territoriais e contra turistas estrangeiros em suas praias.
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No entanto, um dos pontos que o livro busca levantar é que os cubanos espionavam outros cubanos que patrocinavam atos de terrorismo em Cuba. Não faziam espionagem militar nos Estados Unidos, nem tão pouco patrocinavam atitudes contrárias à soberania americana. O autor, mostra ainda que as atividades de Havana estavam longe disso, tendo Fidel Castro, algumas vezes, tentado alertar Bill Clinton das atividades subversivas lesivas a Cuba.
Fernando Morais faz, sem dúvida, um excelente trabalho, mostrando que é perfeitamente possível fazer jornalismo apoiando-se em fontes históricas, sem ser tendencioso. O livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria narra a então aventura dos espiões cubanos em território americano e revela os tentáculos de uma rede terrorista que conta com o apoio tácito nos Estados Unidos de membros do Poder Legislativo e com certa complacência, mesmo que um pouco oculta, do Executivo e do Judiciário.
Ao escrever uma história cheia de informações dignas dos melhores romances de espionagem, Fernando Morais mostra de forma esplendorosa mais uma vez, como se faz jornalismo de primeira qualidade, com foco investigativo, imparcialidade narrativa e acima de tudo, com conteúdo autêntico e transparente.
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O livro nos leva a uma história nem tão distante e nos faz conhecer um pouco mais de tantos fatos acontecidos na época e até hoje desconhecidos pela maioria.
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