O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do nosso organismo. Em uma pessoa saudável 45% do volume de seu sangue são células. Essas células são os glóbulos brancos, também conhecidos como leucócitos, glóbulos vermelhos, chamados de hemácias e as plaquetas.
Os glóbulos brancos são células produzidas na medula óssea. Eles têm a função de combater microorganismos causadores de doenças, como vírus e bactérias, seja capturando-os, ou produzindo anticorpos.
Os glóbulos vermelhos são células muito importantes, são responsáveis pelo transporte de gases e nutrientes para todo o nosso corpo.
As plaquetas são fragmentos de células, sua principal função é a participação na coagulação sanguínea.
Quando nos cortamos, um dos nossos vasos sanguíneos se rompe então para parar o sangramento e ajudar a reparar o tecido danificado inicia-se um processo muito importante e complexo, chamado de coagulação sanguínea.
A coagulação sanguínea pode acontecer por via intrínseca – em que ocorre no interior dos vasos sanguíneos – ou por via extrínsica – quando o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos.
O processo por via intrínsica necessita dos fatores de coagulação, que são enzimas que agem clivando outras células. O processo começa quando o sangue entra em contato com regiões da parede de um vaso com alguma lesão. Suas reações ativam o fator x, que na presença dos fosfolípides liberados pelas plaquetas e de cálcio que catalisa, ou seja, aumenta a velocidade do processo de transformação da protombina em trombina, que catalisará a conversão do fibriogênio em fibrina.
Já por via intrínsica a tromboplastina é lançada pelos tecidos lesados e junto com o fator VII e o cálcio, ativa o fator X que, catalisa a transformação da protombina em trombina, que assim como no processo por via intrínsica, catalisará a conversão do fibriogênio em fibrina.
Essa fibrina não deixa que os glóbulos vermelhos e brancos e nem as plaquetas ultrapassem-na, assim parando o sangramento e ajudando a reparar o tecido danificado.
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Essa barreira – a fibrina – é aquela pelinha seca, que chamamos de “casquinha” que se forma sobre o corte. Então, podemos dizer que a coagulação sanguínea, nada mais é do que uma seqüência de reações químicas que resultam na formação de um coágulo de fibrina.
Em um ser humano saudável, a coagulação inicia-se 20 segundos após a lesão ocorrer.
Se a coagulação não é realizada, por alguma desordem no organismo, aumenta o risco de hemorragia, trombose ou embolismo. Como na hemofilia, que é uma doença genético-hereditária que se caracteriza por essa desordem no mecanismo de coagulação do sangue. Ela manifesta-se quase que exclusivamente no sexo masculino. O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos XX. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras do defeito. O filho do sexo masculino é que pode manifestar a enfermidade.
Nessa doença a coagulação não ocorre por causa da deficiência na formação de uma proteína plasmática, o fator VIII, pelo organismo. Nos casos mais graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente, sem que seja necessário nenhum tipo de lesão. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois causam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição do movimento. As articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo. O tratamento evoluiu muito e consiste na reposição do fator anti-hemofílico. O diagnóstico é feito através de um exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e XI de coagulação sanguínea.
Por outro lado em indivíduos que apresentam deficiências circulatórias causadas por coágulos existentes na circulação, são ministradas substâncias anticoagulantes como heparina e dicumarol.
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